Ultimamente, enquanto faço algo para além de estudar, dormir, comer e rir de coisas estúpidas, penso se algum dia gostaria de casar.
Deve ser irritante um casamento entre pessoas que não saibam desenvolver a sua relação com base na comunicação (verbal, física, etc).
"Claro que gostava de casar", penso..... Imagina só a felicidade que te vai inundar quando o Bodé te cumprimentar com o sorriso nos olhos, o Tiago te der uma palmada nas costas, o Coelho te der os parabéns pelo nariz.
Agora imagina a lua de mel: flores no quarto de hotel com vista para a praia, um sol abrasador, os corpos quentes e salgados, o sexo arriscado à sombra de uma palmeira...à noite lá veríamos o espectáculo do hotel sem vontade nenhuma, fazendo tempo, aumentando a vontade de estarmos sozinhos, e admiti-lo-íamos na cama, afirmand0 que não percebíamos o porquê de tanta sagacidade, com um sorrriso sarcástico...
Acordaríamos, a meio da manhã, com os cabelos espetados e a boca seca...a única coisa que nos safa é o facto de termos fodido.
Passaremos então 2 ou 3 semanas a foder; na cama, na piscina, no mar, na praia, atrás ou à frente de uma palmeira, tanto faz...sexo, sexo, sexo...fora isso estaremos sempre a pensar: "mas porque é que não se enrosca em mim para fodermos?"
Chegados de uma viagem tão quente quanto desgastante teríamos o trabalhinho à nossa espera.
Separados o dia todo, a tresloucar: "Com quem terá almoçado hoje?" ou "não gosto nada daquele caralho da contabilidade que se mete com ela!", e "será que me é fiel ao ponto de não ter mandado uma queca em vez de almoçar? É que ela parece mesmo gostar de as dar a torto e a direito...parece que aguentaria um ano no bem bom e, por fim, lá se lembraria que tinha de comer qualquer coisa."
Chego a casa e dou-lhe um beijo. Olhamo-nos nos olhos, tentando disfarçar a desconfiança, a ver se descobrimos alguma coisa. Mais valia esperar pelo jantar a ver se estava com fome por não ter almoçado.
À noite "forçaria" para fodermos, sem vontade nenhuma, só mesmo para testar se lhe apetecia ou não; se apetecesse lá ia com muito gosto...."Não lhe apetece...Como está magra...Eu sabia, não almoçaste!"
Não digo nada. Tento dormir inutilmente, e, no pouco tempo que adormeço tenho pesadelos.
Acordo! Desarranjada, com o cabelo em pé, sentada na cama com o lençol enrolado para se tapar dos meus olhos, enquanto dá uma passa no cigarro..parece uma estrela de filmes eróticos..."Como não reparei nisto antes?"
Dou-lhe um beijo, sem vontade nenhuma, e o pior é que parece recíproco.
Antes de casar não me importava nada (pelo contrário, até me deleitava) dos gemidos, da iniciativa, do à vontade, da flexibilidade, que me atirasse para baixo dela para fazer o que lhe apetecesse enquanto se vinha......até ao dia em que nos casámos e me lembrei que aquilo não se aprende de um dia para o outro.
Se o faz comigo, já o fez com outros, e, pela forma como parece saber o que faz, não devem ter sido poucos!
Talvez aquele que a cumprimentou quando esperávamos que o sinal ficasse verde para atravessarmos a rua..."Merda de sinal; quem se lembrou de o pôr ali?"
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